O crepúsculo iniciava-se, e aos olhos
de todos estava claro que a noite seria fechada e o prazer de ver estrelas não
os contemplaria hoje. Muito distante do vilarejo, estático á beira de um
precipício estava Hugo de Payens, mergulhado em seus pensamentos, ele sabia que
em não muito tempo teriam mais um membro pra cumprir o que ele julgava a
justiça de Cristo. Estava vestido com o seu manto branco com uma cruz vermelha
de malta, seu olhar era duro e responsável como ele queria ser visto, o alfa,
de uma ordem que superaria os ditos do próprio papa.
Virtuoso ele se virou e prosseguiu em
direção aos seus leões de guerra e cordeiros do lar, rudes cavaleiros no campo
de batalha, monges piedosos na capela, temidos pelos inimigos de Cristo, a
suavidade para Seus amigos. No cume do monte Salomão em Jerusalém ele adentrou
na mesquita de Al-Aqsa e defronte a seus amistosos e perante os olhares de
admiração ele se sentou, e esperou pacientemente como lhe era de virtude a
chegada do novo futuro membro da Ordem dos Templários.
O festival de música Lollapalooza foi criado
em 1997 pelo músicoPerry Farrell e voltou a ativa em 2003, desde então tomou
grandes proporções e em 2012 virá para o Brasil. O festival tem o objetivo de
reunir bandas de rock, heavy metal, punk rock e hip hop, em sua maioria do
cenário “indie alternativo”, e chegou até mesmo a popularizar artistas como
Metallica e Red Hot Chilli Peppers.
A vinda do festival ao Brasil foi anunciada neste mês e
acompanhada de uma grande polêmica, a desvalorização dos artistas brasileiros
em grandes festivais que acontecem em nosso país, pois bem, a origem desse
manifesto se deu pelo lobo do rock nacional, o Lobão.
No dia 19/11 o cantor, escritor, compositor, artista,
apresentador (etc,etc,etc) Lobão, postou em seu canal no youtube o seguinte
vídeo:
Lobão expôs a todos o absurdo que os artistas
brasileiros estão aceitando e o povo fortificando, a desvalorização na cultura nacional, a
glorificação do que é de fora independente de sua qualidade, ou melhor, falta
de qualidade.
O cantor fez questão de exemplificar como são
tratados os nossos artistas, que só poderiam tocar no festival das 10hr às 15hr,
deixando o palco livre para as apresentações internacionais nos horários de
maior público e visibilidade, uma vergonha, se tratando de um festival em
terras tupiniquins. Lobão trouxe uma informação que poucos sabem, existe uma lei
que proibe o acontecimento de festivais no Brasil que não possuam um número "x" de bandas brasileiras, portanto propôs não um boicote, mas uma manifestação de
valor as bandas brasileiras, para negarem seus convites (o que de fato NUNCA
irá acontecer).
Após essas declarações ocorreu a coletiva de
imprensa do festival que expôs o Lobão como um “lunático e polêmico”, sem levar
em conta o valor que ele tem para o rock e cultura em geral no Brasil, vendendo
um falso ideal de um grande nome do nosso país. A produção do Lollapalooza “mudou”
os fatos afirmando que ocorrerão apresentações nacionais até as 23hrs. Será que
isso não se deve a repercussão e movimento que o vídeo teve em toda a nação artística
e não artística?
Um exemplo desta repercussão foi a charge criada por Maurício Ricardo sobre as ideias difundidas por Lobão:
Após ser vendido como mentiroso Lobão ficou
extremamente indignado, pois pode provar o ocorrido na negociação, como dito em
seu twitter: “Isso é realmente muito grave!!!! Eles estão mentindo descaradamente!!!
Falei com o representante oficial do festival na quinta-feira... Com carta de
intenção assinada e tudo!!!! Isso não vai ficar assim!!! Estão me tratando como
um moleque!!!!! É inacreditável o cinismo e o descarate desses caras!”, o que levou a uma
resposta ainda mais suspeita, pois os organizadores divulgaram que mantém o
convite para que ele se apresente.
Portanto, a “polêmica” chegou para abrir nossos
olhos em relação a muitas temáticas decorrentes da mídia nacional (agora com
interesse internacional), a principal delas é a desvalorização do que é
nacional, a falta do nacionalismo e a descrença na qualidade do que nós,
brasileiros de modo geral, podemos produzir. Outra vertente do assunto é como
estes grades festivais que chegam ao Brasil trazendo diversas atrações (com
preços absurdos, diga-se de passagem) estão sendo vistos apenas com grandes
olhos de glorificação, sem que se entenda o real motivo de tais performances no
nosso país. O Brasil está em ascensão ou é mais fácil cobrar absurdos de um
povo que acha o máximo ter artistas com 2 hits de grande proporção (como o
Maná)? O prejuízo não é maior que o ganho? O nome do povo brasileiro está se
espalhando como trouxas que pagam por tudo que é de fora? Bem, essas são
questões que podem e devem ser levantadas a respeitos destes eventos.
Conclusivamente, um artista consagrado como o
Lobão que não tem medo de falar exatamente o que vê e pensa abriu um pouco o
desenvolver e a atenção destes questionamentos, mas não podemos esquecer-nos de
um assunto como este só porque o Foo Fighters foi confirmado no evento, será um
prazer para nós recebermos grandes artistas que este festival trará, porém sem
nos esquecer se teremos os NOSSOS grandes artistas, com seus inúmeros hits para
levantar e animar este, como os seguintes, festivais. Vamos ficar atentos, o
tempo de exploração e submissão já está acabado.
Entre muitas manias peculiares que nós brasileiros temos a arte de comparar as pessoas com objetos, desenhos ou outras pessoas é realizada rotineiramente, desde o "Filho de peixe, peixinho é" até o "Você é a cara daquele cara que fez aquele filme que ele matava um cara, lembra?!" e assim nós vamos estereotipando e tirando conclusões a respeito uns dos outros. Fazendo uso desta arte lembre-se de nossos antigos e atuais presidentes da república e seus objetivos e características juntamente levantem os nomes e princípios das maiores redes de televisão de nossa nação, agora vamos à comparação em ordem decrescente da numeração dos canais na capital federal, iniciaremos então com o 12, o SBT (Sistema Brasileiro de Televisão). A rede de televisão governada pelo ícone da tv aberta Silvio Santos se apresenta como "A TV mais feliz do Brasil", com programas voltados para um público financeiramente mais abastado, tem a programação recheada de jogos e promoções que prometem mudar a vida do telespectador. Com um dos maiores bordões da rede de televisão nacional o "Quem quer dinheiro?!" é quase um grito mascaradamente socialista de distribuição de renda. Sabendo dessa idolatria ao redor do Silvio e o sua proposta para camadas mais pobres o nosso político "cara de um focinho do outro" é o também ícone Luis Inácio Lula da Silva, as semelhanças são evidentes, ídolo da classe média baixa e baixa propondo uma maior distribuição de renda Lula/Silvio é um semideus do Brasil, a sua alegria e simpatia são contagiantes o transformando em que é, assim como nosso querido SBT, que por mais programas de péssima qualidade ou repetitivos que tenha é dono de uma simpatia que se transformou em compaixão dos espectadores dessa rede.
Agora vejamos o canal 10 que pertence a Rede Globo de Televisão, a emissora controladora digo, controlada, pela família Marinho está entre uma das maiores do mundo, sua influência é gigante dentro e fora do nosso país. A equipe da Globo afirma que "A gente se liga em você", mais é óbvio que o "você" ao qual eles se referem são as classes altas da sociedade, com uma programação que prega o capitalismo e os seus louros essa emissora trás tudo de mais atual que nós estamos vivendo, mais se prende ao fato essencial do capital, em todas as suas novelas e minisséries a rede Globo esbanja riqueza e luxo por todos os lados e cria tendências difíceis de serem seguidas por espectadores mais pobres, o quem em nada tira a qualidade técnica de suas produções. O político desta rede não poderia ser outro que não Fernando Henrique Cardoso um senhor de boa educação, com um ar de riqueza, com uma política voltada para os mais bem colocados socialmente, que prende as pessoas a um sonho americano inalcançável e assim FHC deveria ser considerado um ícone de representação da Globo, pois inúmeras são as características recíprocas entre eles.
Chegamos ao canal 8, a Rede Record, que vem despontando em audiência hoje em dia e faz questão de gritar isso aos 7 ventos com o seu slogan nada egocêntrico "Agora é a vez da Record", comandada pelo suspeito "pastor" Bispo Macedo também papa da Igreja Universal essa emissora é carregada de um excesso de sensacionalismo e cópia (a Globo faz, a gente faz também), com uma programação que sempre promete revelações e mudanças do cotidiano geralmente fica só nas promessas e não realiza absolutamente nada. Em relação à classe social que essa rede atinge é até bem vasta, mais fica entre as preferidas dos menos informados ou pouco instruídos intelectualmente, devido ao seu mentor espiritual a massa crente na Igreja Universal permeia entre os telespectadores mais fieis, o que não devemos esperar o contrário sendo que eles são parcialmente donos da emissora, pois a nutrem com o seu estimado dízimo. Retomando ao ano 1961 encontramos o presidente que representa a Record, ninguém menos que o nada convencional Jânio Quadros e suas muitas promessas e poucas realizações, cheio de moralismo e ideais peculiares assim como essa emissora o presidente veio e foi muito rápido. O alarde promovido por sua campanha com o jingle "Vare, Vare, Vassourinha!" que prometia agir contra a corrupção e levantar o rombo deixado por JK, Jânio assim como a Record não cumpriu suas promessas e deu ordens mirabolantes (como as conclusões dos programas da rede de tv) como proibir a "luta de galos" e nem se quer concluiu o seu mandato, deixando tudo pela metade. Não é difícil então ver Jânio e a rede Record como "Tal pai, tal filho".
O canal 6, a Redetv, é realmente idêntico no quesito das comparações, muito mais que todos os anteriores eu asseguro. A Redetv pertence ao empresário Amilcare Dallevo em sociedade com Marcelo de Carvalho, uma emissora muito recente que é marcada por sua programação polêmica e sensacionalista, sempre promovendo grandes "barracos" em rede nacional, não tendo assim muito respeito pelas famílias brasileiras em geral. Sempre com belos corpos de mulheres e grandes brigas públicas essa emissora ganhou uma maior atenção dos homens e das senhoritas que muito tempo têm de sobra para apreciar tais discussões, além disso, com o seu carro chefe que é o humorístico "Pânico na TV" ganhou a obsessão e visibilidade dos jovens (apenas no seu horário de exibição). Essa emissora é o futuro de grande parte dos ex-BBB's jogados ao reeleito pela Globo, pois boa parte deles hoje são seus contratados como Sabrina Sato, Iris Stefanelli, Ariadna, etc., assim como os seus funcionários essa rede em quase nada tem a acrescentar na população brasileira se não os risos que provocam seja por seus apresentadores, seja por sua péssima qualidade. A característica mais evidente da Redetv que a torna tão semelhante ao seu político representante é a indicação de cargos dentro da emissora para parentes de seus donos, vide Luciana Gimenez, as esposas dos proprietários possuem programas próprios (ainda que nenhum talento) onde fazem uma das piores apresentações da rede nacional, sendo assim não é difícil adivinhar qual ex-presidente é muito parecido com essa emissora, se não José Sarney "Pop Pai, Pop minha filha", para os bons entendedores. Hoje uma figura carimbada no Brasil pela sua amistosa maneira de distribuir cargos entre a família e níveis de corrupção/manipulação que assustam as pessoas, José Sarney já foi à esperança de uma nação que saiu de uma ditadura militar para cair em suas mãos, as quais estavam na instabilidade (assim como a emissora em questão) e levaram a uma hiperinflação durante o seu mandato, hoje vem manipulando e destruindo a moral e ética no nosso país (esse aspecto pode ser Global, também). Em questões financeiras suponho que a instabilidade monetária não seja um problema dos donos da Redetv, mais instabilidade em seus programas de baixa audiência é a sua semelhança com o governo e pessoa do Sarney.
"Olho na tela, Olho na Band" esse é o slogan do canal 6, a Rede Bandeirantes de Televisão para os íntimos apenas Band, onde já deixa implícito o seu maior foco, que é o jornalismo informativo, o jornal propriamente dito. Essa emissora é um caso a parte entre as redes de televisão nacional, o seu dono é o cordial empresário João Carlos Saad conhecido como Johnny, que trás suas características a rede, pois os seus programas têm qualidade e sabem usar recursos midiáticos com sutileza e eficácia (não comentarei o programa "Márcia"), como o "CQC", grande nome da rede e hoje entre os programas mais comentados no Brasil inteiro, mais o problema de audiência na Band consiste justamente em sua programação que literalmente não é para poucos, a emissora é um tanto intelectual em seus detalhes. Sem mais delongas, a política que representa essa rede é a nossa atual presidente Dilma Rouseff que sabe agir sutilmente mais sempre ficará sob imagem de seu antecessor Lula (que representa o SBT, mais não neste caso), pode até realizar bons projetos mais a sombra de Lula vai tampá-la e no caso da Band a Globo sempre será vista como a melhor.
Mesmo com as comparações feitas vale lembrar que cada caso é um caso e que ninguém nunca vai ser igual a ninguém, só vai ser parecido meio que "a cara de sicrano".
OBS: O Canal 2 não pode ser comparado, pois sua sósia ainda não foi eleita, no caso Marina Silva.
"Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo: a tua vara e o teu cajado me consolam." (Salmo 23.4)
"Durante todos os milhares de anos da história humana, só tivemos mentiras, propagandas, crueldade e hipocrisia. Está na hora de começar de novo, mas desta vez da maneira certa."
"Existem dois grandes poderes, e eles lutam desde o ínicio dos tempos. Eles disputam, arrancando dos dentes um do outro, cada progresso da vida humana, cada passo nosso no conhecimento, na sabedoria e na decência. Cada pequeno avanço na liberdade humana foi disputado ferozmente entre aqueles que querem aumentar o nosso conhecimentos para que sejamos mais sábios e mais fortes, e aqueles nos que querem obedientes, humildes e submissos."
PULLMAN, Philip. A Faca Sútil, 1 Ed., Objetiva, 2007.