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segunda-feira, 11 de julho de 2011

- O horror! O horror!


Filmes de guerra possuem a tendência de muitas cenas de ação e raramente focam o que é um estado de guerra real; normalmente - além de piadinhas picaretas e o estereótipo “mulheres bonitas segurando rifles” - eles ignoram o impacto emocional que uma guerra pode provocar nos personagens que habitam a obra cinematográfica, e deixam de trabalhar uma questão importante da guerra, que é a vida daqueles que são mais diretamente influenciadas por ela, ou de maneira mais clara, o soldado em campo.
Diferente da grande maioria dos Hollywoodianos filmes sobre guerra, o clássico insuperável "Apocalypse Now" baseado no livro "Heart of Darknesse" e dirigido por Francis Ford Coppola trás uma visão mais aprofundada e real do que seria um estado de guerra interior e exterior. Estrelado por Martin Sheen, com plano constante de fundo a interpretação brilhante de Marlon Brando, o filme tem como palco a Guerra do Vietnã e mostra a busca do capitão Willard pelo generel Kurtz, o qual altas patentes do exército americano julgam ter enloquecido e executado mortes que não foram autorizadas, e nessa atmosfera o capitão Willard sai em sua missão acompanhado de excêntricos soldados da marinha americana entre eles um jovem de 17 anos, um surfista, um aspirante a chef de cozinha e um chefe de barco de verdade. Durante o filme a expedição passa por diversos contratempos e tem que lidar com perdas e situações nada comuns, como encontrar franceses em pleno Cambojá e a morte de companheiros, até chegar ao seu destino, a ilha de clima pagão onde o suposto general "deus" Kurtz está no comando.
No decorrer do filme (na versão estendida "redux" com 3h22') são apresentadas as várias faces de uma guerra e até onde ela pode levar, a preocupação com o psicológico dos personagens que torna esse filme um prato cheio para os bons entendedores e curiosos sobre filosofia de guerra.
Logo na primeira cena somos apresentado ao protagonista da história, o Capitão Willard, que está imerso em seus pensamentos nos narrando com saudosismo a sua necessidade de voltar a estar em atividade militar na selva. É importante ressaltar essa primeira cena, pois é exatamente nela que vemos com grande facilidade a ambientalização e temperamento que o filme vai seguir e principalmente a personalidade e o estado psicológico de Williard. É com triunfal música "The End" da banda The Doors que nos é apresentada essa cena e juntamente com a fantástica fotografia –um dos pontos mais impactantes do filme - que encaramos toda a agonia e o desespero que afetam o capitão pelo qual tem uma necessidade extrema de se sentir parte de algo. Já devem ter percebido que esta cena trás ao espectador o ponto chave para a compreensão do filme, e alem disso a idéia prévia do que se passa interiormente em um soldado pelo qual vê a guerra como seu único e honroso motivo de viver.

Outro personagem importante na história é o tenente-general apaixonado por surf Bill Kilgore interpretado por Robert Duvall, ele trás a alienação à guerra pela qual alguns soldados passam, e marcou o filme com a celebre frase "Os vietcongues não surfam", na qual deixa claro que está vivendo a situação de pleno caos onde se encontra como quem sai as ruas para um passeio em um dia tumultuado.

Não é de hoje que o interesse sobre o que se passa na cabeça de jovens e adultos soldados em um estado de guerra, o medo eminente e a honra decorrente os enchem de vontade de viver uma causa, mais nem todos partilham desse ideal e nos questionamos então o por que deles estarem lá, com uma analise profunda e cuidadosa Coppola mostrou as pontencialidade ligadas a motivação de cada individuo e deixou disponível para que até os menos letrados possam compreender. Apocalypse Now Redux é um clássico vitalício do cinema mundial, trazendo uma aula de interpretação com Marlon Brando, Martin Shenn, Robert Duvall e cia, uma fotografia fantástica (vencedora do Óscar), uma trilha sonora memorável trazendo o guia espiritualmente musical da guerra Wagner (vencedora do Óscar), um roteiro invejável escrito por Millus e um sabor de entendimento psicofilosófico que somente Coppola pode proporcionar.



Correção por Laís Pinelli

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